quinta-feira, 30 de abril de 2015

das coisas que coleciono com mimmo e anas





















a terra que o bailarino revolve
a terra densa                   a terra mansa no ar
do estrato esférico

a terra manca de minutos
histérica
dissolvida em seus mistérios

de    si     perché     la  guerra    na goela di

chi non si manca nesse céu dappertutto così improbabile
quando o véu travesti das vociferações faz miséria

e a todo diamante o seu dinamite













segunda-feira, 27 de abril de 2015




a verdade é que essa face, a da foz, a que ofusca, não fui eu nem foi deus - ninguém fez a festa mor do rio que já tenha visto a fossa vera na cara do vinho do porto.

                                                                                 e nunca aqui vi meu jorge ben de mãos dadas com alguém, assim, meu bem anjo para essas sãs joelheiras

meu bem anão   na beira do rio, na ribeira, o       hein hein hein e tem tem       tem tem e as garrafas do vinho do  horto  quebradas no porto torto da montanha, as garras para os pés da liv ullmann, ao vivo, no passeio das virtudes. as vísceras e a mente e aos cacos, facilmente se vendo vasos, plantas, vinhas, assim, sim, vísceras de viscos profundos e

não que aqui em casa alguém venere venere e erre e é claro que ninguém profere (a senhora que o diga) o perrengue dos pedaços frios dos aços dos bondes entristecidos na beira do rio a vulva rachada a queimada em sopro e o horto absorto depois deste deleuze que a terra há de comer e

                                             se vira a norma argila e depois, depois dessa foto do precipício, depois do pé cortado, depois do vidro quebrado                                                                      já não há pés, quando os amos largados fazem nem hein nem tem e sim trick treck track longe de toda cachoeira

porque as caixas de recolha dessas garrafas zarolhas são quadradas por todas as calçadas, e quando se larga uma garrafa no fundo verde da caixa trick track trock os mendigos saem aos gritos e as rolhas das garrafas tão garridas ao modo de nossa senhora que só a desatadora de nós, só mesmo a senhora nossa aparecida para saber o sabor da sidra      para colher a flor que humildemente lhe ofereço,

oh pureza de segundo se formando mais um sério de minuto no passeio sem virtudes, ah minuto mudo de minuit mistério    et la nuit la nuit se nutre só com falsas flores
                                                                              essa face que fenece entre tece o triste rim, o rio que ri lá embaixo dos estéreis, dos carros quebrados, o ih da vida da verdade & não fui eu nem tem tem hein hein no calendário o sangue coagulado


sexta-feira, 24 de abril de 2015





como ficar Odara com a língua de Lara cortada
para o coro do café da manhã
onde a banda não passa, nonde não há
                              nem um fio filo de corrupção no calção

nem caça e nem aquele u do dejá-vu-do
-visto, já visto + as burocracias
de gente comprando e urrando a cor currupira do cação
com o vento no muco da mão,
e a rampa e a ripa daquela madeira nunca acabada de lixar

porque o buraco é mais barraco que o vento do vulcão chileno
e para o barro barroco de três mil anteontens

quem se lixa? e quem se bixa? e quem se lusca e fusca
                       para o vis-à-vis da revista para o mar?
e quem consegue amar
sem os embustes do basta de balaustradas
de lustres e de lambuzes

e serve mujica límpido e longe das moscas
com as mucamas moucas e as lindas loucas no café já de manhã?

sim, ó o óh roberto piva
com suas pias de presídio,                       onde foi parar
o sacrifício à tarkovski? xamãs isolados nas selvas,
pero no tanto, só pistas de pó da fossa fosforescente
e a bossa que não me deixa duvidar




quinta-feira, 16 de abril de 2015

com esta fome que morde a orelha do carcereiro


































verônica viu
na vulva do ouvido
o veneno e saiu de si.

não sei se viu, ouviu
ou repetiu o que se deve repetir
quando não se vê     porque há
                                sangue no olho

- e verônica ainda a sanguessuga da família brasileira. 

a voraz herdeira
do pau a pique
do pau de arara
do pau brasil da puta que o pariu.

a vaca avoada
nem voo nem vociferação
disse não, não, e não.

inversos para verônica
na volúpia da estória
sem memória, os versos

na moral do verso oral
na voz do vão da porta que
sempre dá

para a horta do vizinho.

verônica, a velha ferida fria que se
come com salada nas horas namoradas
noticiário nacional.

verônica, você mordeu a velocidade do ouvir
o tubo vestibular
o nervo coclear?

van gogh, você

as veias abertas desse caldo que não cala
a cloaca da vertigem
vítima sem igual.