domingo, 8 de junho de 2014

Não adianta vir dizer que os pedacinhos se resolvem. Colar descolar uns dos outros, como mármores coloridos de repente mosaicos sem pastilha, mosaicos só cabelos braços pernas mãos todas feitas de giz pastel e sabonete. Sabonete porque.  Inútil desfazer o limo musgo casca graxa gosma de sobre os dias sem:  ponta de cabeça, tela aberta no branco, gotas dipirônicas e papeis desamassados. Cola branca, por favor. E nada de pasta acrílica. Empresta-me tua tesoura. Macarrão de vez em quando. Tinta piso também serve. E os esmaltes, brilha Conchita. Os recortes sim, senhor. E não me venha dizer que Matisse, nunca mais. Porque esses trechos todos são de corpos. Amontoados ou não. Pedacinhos meio homem, meio mulher, despedacinhos. Pensamentos. Traços no vácuo que podem refletir estrelas quando a gente olha, assim, de bom humor.