sexta-feira, 29 de agosto de 2014

baile do abalo

para nenhum quixote depois se desculpar. pois dos malentendidos, tufão. remolinos estão sempre acordados quando as cifras deixam de ser retas e há baile nos códigos de barras. é a melhor vida, a corporação, isto: o puro ar. só se vê quando as coisas, as costas, os ombros, a ponta dos dedos fazem vento.
a ninfa, a mesma que carrega frutas dentro da pintura. a ninfa, a nenúfar, a de nenhum gosto, a puro movimento, aquela que põe ar dentro das manhãs. ela veio assim, em  um palácio, em firenze, as estátuas com os dedos quebrados não indicam. ela veio assim, em roma, as estátuas de cabeças quebradas não indicam. ela veio assim, em brasília, os passos voados dos carros não indicam. porque nada voa como o seu corpo, só flutua no momento dado, de braços abraçados em si mesma. a ninfa. não esta que é brasil, a que nunca se olhou no espelho. e é por isso que os ventos dormem e acordam com ela. sua presença é fogo, transparece a cada pequeno intervalo branco na jornada de falares e ouvires sempre tão afetados por nenhuma ninfa.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014


mini atlas da minha parede, o primeiro



a uma passante que emaranhava seus cabelos em alguns balões de Hélio,
querendo voar na coisa chã:
corpo aberto é o mundo, o mais impenetrável dos sistemas.
por isso deambulo bem dentro da minha cabeça.



sexta-feira, 22 de agosto de 2014



se você não tem seus aliados, voa à vista da vitrine e do tato. o que conta são as contas só pra mais,  seguidores, boxeadores, protestantes. se você não se enquadra nesse quartzo, vire as pedras de ponta cabeça e não apronte pois a pedra está sempre à mão para a lapidação.





agosto de 2014



quinta-feira, 14 de agosto de 2014






verso é vento que pesa, ô, é vagalume que paga conta e é por isso que coleciono os meus quixotes aqui dentro do sutiã.



francis e a fuga




carrego a pedra de gelo, o paralelepípedo, quase todos os dias.
só não sou sincera em momentos de diversão
quando juntos
difundimos os papeis, partilhamos as publicações,
damos pulos no vácuo. durante o resto do tempo
sou fria como linhas sobre linhas sobre linhas
quase sem espaço em branco.
são absurdos os abusos desses ângulos retos
a levar pelas calçadas muito comportadamente.
francis propõe a fuga pela frase: tudo é ensaio, e às vezes conduzir a nada
é que é um algo.
faço tanto e tento tudo
justo
porque os tornados me coabitam
e não fujo



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