sexta-feira, 29 de agosto de 2014

a ninfa, a mesma que carrega frutas dentro da pintura. a ninfa, a nenúfar, a de nenhum gosto, a puro movimento, aquela que põe ar dentro das manhãs. ela veio assim, em  um palácio, em firenze, as estátuas com os dedos quebrados não indicam. ela veio assim, em roma, as estátuas de cabeças quebradas não indicam. ela veio assim, em brasília, os passos voados dos carros não indicam. porque nada voa como o seu corpo, só flutua no momento dado, de braços abraçados em si mesma. a ninfa. não esta que é brasil, a que nunca se olhou no espelho. e é por isso que os ventos dormem e acordam com ela. sua presença é fogo, transparece a cada pequeno intervalo branco na jornada de falares e ouvires sempre tão afetados por nenhuma ninfa.