insônias. ela ressoava. trovejando um
pouco, gotejando,
tateava.
encontrava no escuro o vinho, morno, de língua.
ela
traquejava, entrava em surto de mistério e ismo.
então:
insônia?
horas
passam rápido frente a telas com palavras,
páginas
entreabertas.
fechando
os cânceres do malgrado
ela
refazia os tecidos
tecidos
de gatos e lembranças de luzes
em
meio às nuvens que eram –
indubitável!
− de algodão-doce.
então
girava frente à música que ela mesma soava.
os
braços saltantes, saltitantes, saltimbancos –
roda
mundo, roda gigante.
e
ela repetia o mal dos ritos,
das
profanações, templos gregos, que tudo era fim e início.
insondável era seu dormir entre tantas
tantas
imagens de cores desgastadas
camisas
puídas
e
o contar dos trocos na bolsa. e cigarros amassados em meio a:
batom, notas fiscais, até pente.
no
meio da sala
em
meio ao som que impulsionava os braços a girar
uma
pequenina aranha entrara dentro do sutiã.
e
ela apenas rodopiava! ninguém viu o aceno
o
acento
do
sentir andar sobre a pele patinhas
acariciando
as
pintas
que
giravam giravam giravam burilavam.
foi
feio ter que lavar
o
resto
de
carne moída
sobre
os seios.
e
expurgava.
insônia?
três
banhos quentes
dois
cálices de vinho
cale-se.