quinta-feira, 5 de novembro de 2015




às vezes uma fogueira aprofunda o vento e quando se está a sós com os caderninhos é que se percebe o quanto uma fogueira rasga o dia de pleno alvorecer, seja no movimento dos sons ou dos ocos de alvoroços de medalhas destiladas para aqueles que querem ganhar todos os concursos.

às vezes uma fogueira se adensa de seu não ser, é de quases, de nadas, de coisinhas finas para dias
 chuvisnosos. às vezes é no grau de uma fogueira assim apagada em plena luz do olhar que se percebe o quanto as varandas nem sempre acobertam a passagem dos rapazes. e só vivem horas aflitas, vão roubar o doce de dentro das madeiras, das meninas, e subornam mamadeiras, mas nem tanto.

uma fogueira percebe o quanto é tonto o que coloca galhos e galhos desnecessários no vão do dia.

às vezes uma fogueira faz besteiras porque não quer dizer o que há: é que a vida se consome, e é verdade tanto para dias quentes quanto para noites e para quando a primavera se esquece de chegar. e nada disso tem a ver com as pedras, uma fogueira venera qualquer chão: e é no miudinho da terra batida que ela abate mais uma estrela. no imenso.

uma fogueira aprofunda o vento porque ele não cessa de se esquecer e às vezes é tempo de requerer perdão, e ela é uma coisa a mais, apenas um pouco mais, porque quando quer, e ela quer, abre o tríceps escondido nesse braço tonto de doer. porque dizem que não tem e é sem nem e nem tem e nem quase. mas ela sabe a hora de bater: no nunca. porque ela rebate as críticas com seu sabor de vento. ou seja, só no vero movimento.

uma fogueira sabe, sim, aprofundar o vento.