sexta-feira, 29 de janeiro de 2016



come folhas, cospe vento, manda o chão despir de chão o seu próprio ser, tornado Tornado.
se remói e se rói em tempos de seca, quando a terra está pronta para voar e criar esses seres fantásticos dos quais ele se julga fiel apreciador. não são fantasmas, não são moinhos, nem tampouco  redemunhos: apenas grandes massas de ar em movimento que o artista caça como se fossem feras.
ele espera o instante de soprar porque tem peso de osso. faz tudo se desinventar enquanto fala folhas, foglios e hojas molhadas de hoje.
nunca espera o amanhã. às vezes, se chama Francis, assim esquecido de grafias e das agruras do verão. é, na verdade, melhor nomeado Fúrias, Ânemos, força elísia para a qual se diz: Êpa, Rei.
dentro da sua barriga mora a baleia Bela, quase sempre adormecida que beijo nenhum acorda, porque ela é dona de todos os Relógios. mas, para ela, já não há espaço nesta página. toda ela está molhada pela baba que o vento deixou cair. sua alma faz: pssiu, melhor deixar o Torbellino ir.