dia 22 de fevereiro, defendi minha tese "Corpografias de Ricardo Aleixo: A performance ressoa no poema", realizada junto ao Programa de Pós Graduação em Literatura da UFSC. estiveram na banca, além da minha orientadora Tereza Virginia de Almeida, os professores Raquel Stolf, Maria Aparecida Barbosa, Simone Schmidt, Stélio Furlan e Rogério Rosa. tirei A com louvor e pretendo seguir a recomendação de publicar a tese para além dos liames da biblioteca universitária. seguem algumas intromissões poéticas que pertencem ao meu emaranhado-tese.
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domingo, 28 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Narciso
Mallarmé fala pelos pés lavados, pelo calendário, pelos pés cipós.
Escrever com
os dedos nágua, chorar, e então.
A forma do
dissoluto onde soçobram buracos do
dia ontem, do dia quase, da contradissolução.
O pano de
fundo para o ciclista que não coube no quadro de Degas.
A viatura da
forma, em algumas horas de voo: não coube no quadro de Degas.
A vírgula é o
nome dos cabelos que esqueceram de cortar, e o menino cresceu, e as mechas não
constam no álbum de mamãe.
Assim o
pêndulo, braço de ginasta, roda de bicicleta: vestígios da sexta-feira que não
foi.
Houve atropelo
de tropas que se vigiam por praças desacordadas.
Claro que é
assim que se faz pesquisa. Houve um momento quando sem luz. E era morno e
confortável, e não se tinha compromissos.
Houve um
momento de espelho quando a sala dormia, e outro de olhar para dentro, tão
dentro que descobri águas termais.
Não acabavam
mais.
E houve este
momento caderno azul, quando os formulários já estavam todos preenchidos.
E ainda assim
Narciso canta porque não compreende a mágoa das margens.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
nenhum Relógio tem mãos limpas. eles trabalham na surdina, onde nenhuma força não-oculta pode enfrentar a força da leveza. Relógios gostam de abandonar-se às novidades que só eles enxergam. com isso, destroem certas vidas. principalmente aquelas que estão preocupadas com os seus amanhãs. Relógios não aguentam de paixão a cada vez que há algo nunca visto no ar. bailam bailam até acontecer o alvoroço. os alvoroços são em número de três: alvoroço-nuvem, aquilo que ofende; alvoroço-paisagem, aquilo que dá forma; alvoroço-reclusão, aquilo que necessariamente modifica os estados da barriga. os Relógios não agem apenas na barriga dos seres vivos, mas também na barriga das pedras. e aí é que está o seu maior perigo. porque milênios podem se alvoroçar em segundos, e as órbitas da acomodação se desfazem. os Relógios são os primeiros malfeitores de tudo o que produz.
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