sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

O pilsen não compensa § 3

 

é mentira da barata

você faz terapia? sim eu vi é terrível e se vê na tv o que está acontecendo mas não tenho tempo não tenho mais fôlego os foles de dentro não guentam eu fujo eu folgo eu fumo eu faço de tudo para não ver esse lume esse lodo de esgoto esse vômito engodo e vou é todo dia não aguento mais pra saúde mental eu tou dando um tiau é banal eu também dou um tempo da rede social eu saí do face tou fora tou fora eu estou por fora eu tou por dentro ela namora e ora ora a coisa é da hora é foda é treda é treta é traíra a guria já tá com outra a notícia faz mal eu vi reels e tals que horror que horror que horror quanto pior melhor melhor pior no natal a gente se vê igual e fala mal e nem se fala na festa eu vi da festa eu vi restos fotos fogos filtros risos mais nada e vi fatos e vi vídeos reais sei que são virais que viram a cabeça não posso não pago não peço não dobro não rogo não rego a dopamina curcumina palestina e gaza e naja e haja veneno e píton que nada e nojo e manja a marmanja a mancha a lancha e o logro que nada não é nada nada de nada não mas você faz terapia? há crianças e mulheres entre escombros nos ombros o mundo não guento não posso não penso em cabeças cortadas em fósseis armadas sorvetes estradas você faz terapia? um homem se mata nas grades forjadas e grandes boatos os atos babacas e nada o soldado se ateia fogo no consulado cuidado esse fogo ao lado esse mijo o miojo você faz terapia que bojo e que renda a fenda da prenda de dentro da sala há mais armas há armas há armas há armas há vozes granadas e almas e a gente que aguente que tente quem mente que é indiferente ajude quem mais precisa você aprende a fazer e ensina os bis as minas os loucos biscoitos bordados e as sopas as carnes os coitos os contos e as vidas as vitaminas e os pontos e as pontes e as tramas e os socos e os abdominais os fiscais da cama alheia que ideia que ideia evite essas meias os telejornais você usa errado você faz errado ele tá armado ele tá armado? e que mais e que mais e que tais é você quem faz a wikipédia na média da rédea de hoje é entulho e faça um furo e erga um muro e faça a diferença e saia do apuro no duro na dor da doença da crença da bênção quem é esperto tá certo decerto nem vá nesse banco barranco que espanto que susto me poupe e me ouve uma vez na vida ela convida faça uma previdência privada uma dissidência uma massa uma providência do nada não faça uma coerência de graça a demência é quem paga e joga na megasena a privada na turbulência a aeronave vaiaram que gafe e aff joga na privada joga na privada é coluna do meio! a presidência é de nada não de nada do nada de nada não quer economizar? você vai gostar vem ver como é bom guardar uma voz uma mente que mente atraente pra si e pra gente aqui é assim diferente e olha no olho e diz quer casar ou não quer? você quer namorar? quer transar? quer migrar? você quer viajar? pra onde quer ir? a qualquer lugar? a um hotel em paris? pois veja os gradis os sacis o nariz os fuzis a farmácia toda você vai gostar aprontar editar importar e exportar e não vai mais querer parar misturar um ovo farinha e maisena nunca mais comi outro depois vai querer gastar vai pagar vai voar vai mostrar você quer aproveitar quer não quer quer não quer quer não quer apagar e desver o palhaço ele gosta é de mulher! ele gosta do gosto do rosto do porco e do parco ele gosta do esgoto ele gosta do charco é do mato do pato do parto do marco da chuva e do macho o chorume e o tacho e você nunca vai parar de mijar e gozar vem vem passear vem pra cá vem pro mundo pro fundo do fosso da fossa da bossa pro melhor lugar e vem pras banais as tais maioriais dos jornais são virais embornais e boçais venha pra bonito venha com seu tipo venha pra goiás barrabás satanás e ananás e que mais pra campinas alcinas e zinas latrinas latão e micinas eu vou te ensinar a buscar agradar coaxar e bicar e pulsar com a gente nem tente e tem mais vem pra armação matadeiro de férias de dia a magia em casa na praia o conforto do seu escritório na ilha vem fazer um home office o homem gosta o homem gasta e arrasta e vem pra colmeia que ideia vem pra casa grande vem pra ilha grande vem ser meliante tratante atraente demente da gente vem pras morais legais garantidas e que tal e que tais e a gente se vê por aqui as mais bem sucedidas e gente atraente não tente meu pet ele mente e me sabe ele rói ele ruça ele dói ele fuça e morde tudo quanto é canto um encanto o gatinho no ninho nem se levanta meu vem meu bem meu dengo meu pingo meu pango meu mel o meu canto é com limão irmão meu herói meu lindão meu ladrão fico aqui que não dói vem o boy pode ser legal mas é bem banal é letal é venal é viral não faz mal nacional patronal que legal é a tal de ideação de ação atração da nação essa guerra não essa guerra não a guerra não o susto insólito o custo o surf a sova a criança destroçada a mãe morta desgraçada na calçada a mão mata e sai sai sai meus senhores que as dores são podres a síncope a sístole o sumo o resumo do rumo e vai vai vai doutores o meu ameaça me caça meu parça um momento e se não aguento e me lavo em lágrimas na lagoa há um tempo me aceito me dou um abraço eu faço eu faço eu faço terapia há um monte de meme que diz que não come quem não quer ele quer é mulher e consome só que não só que não só que não é padrão solução viajão a lição o busão e é só resgatar um cão: um cãozinho serzinho fraquinho doente ele foi da gente e que foi do bando abusado e demente assim abandonado e carente incidente doente de tão maltratado o coitado é levado não seja culpado ele é inocente arretado ele é frágil fazê-lo patrão e dar uma lição dar amor e feijão e amá-lo e tratá-lo e criá-lo um cão um burguês safado patrão ah nunca anestesiado os filhos dos brancos estão ao lado eles bebem nos bares dos altos é gente de bens é bem zen é que tem o meu analista tem e dizem dizem falam falam a lei do falo a minha psicóloga a minha análise a minha droga o meu terapeuta meu coach um icneuta há suspeita de carne na receita ela é ela e todo mundo aproveita é atrás é no prazo é a terapeuta e qualquer alma é um coach é coach é coaxo é como? é o que eu acho que é home theater é home office é home how good to be home não homem não vice só vice e não visse é vice e não viste que horror que horror que horror seu doutor é um golpe sou mestre em letras cancela então a entrega então e vela e sela e trinca a tranca de trinta mil danças de boas maneiras edita e medita medita medita e nem dita mais a regra da boa notícia ela é dela é de dez reais são virais são anais são crianças são dez mil crianças mortas aflitas soldados armados meditas? meditas? são os desarmados estão desalmados coitados os tortos tarados assim os assados os lados os prados a pessoa tem o direito de calar para não se complicar para não processar e ateia fogo em cima de si o soldado palestino atira não atino mais eu vejo o cais os tais maiorais os continentais e tem mais o lino o lauro o dino o saulo o sino na frente do consolo se consola no consulado de israel em washington as pílulas pulam de mão em mão do burguês ao cão é carão apartamentão é padrão a vista invista o patrão é o nó tó-ió-ió é o pó da oposição a nação tó-ió-ió que nada me disseram que não vem que não tem e tem pão quem que disse tá aí a zero é a lina bo bardi e o lero lero o quero-quero que quero-quero é um pássaro e disse que disse que me disse que me disse que diz que das vinte mil opa trinta mil pessoas que morreram nas bombas dez mil são crianças da mó do óh do borogodó do bah do bilhar e da bulha entulha a mente da gente a rede social nem tente não dá é a bulha o bilhar o cisco e o risco é o rio da bulha é o bombardeio é a unha pra mim é a cova da curva do cativeiro o recheio é o meio é a última eu juro quem paga a conta é a coach a coach a split splat no flat a coca a cloaca massima a mosca é o combo do molho da onça é o mijo o muro eu juro eu juro a jura a dura a pura a píton a prata era jararaca a jandira na mira a miragem a joia a joaca a jura e a mula a manceba e a treda e a truda e a treta e a greta o muco o rico o russo a cruzeta albina e a isca arisca o micróbio no muro a micrurus o muso e a chefa da festa é a réstia da óstia dos restos da festa e é ela é ela é ela é é ela a dona a duna a bronca a burra a poeta a puta atleta a teta e olha trouxeram mais um chope ela está de aniversário a musa que susto o otário o otávio o navio e o suco do falatório é o oratório do suspensório e o uso ó os óio dela a jandira na mira da dura dura um tó de tó-ió-ió de toró olha o céu olha o olho o mel o toró e a tora e o molho da hora do tó-ióió ólhó-ela de moio de tocaia e o fogo de fornalha olha o alho o esgoto o salário do gato do gosto da grota e da gota e da greta do mato olha o tato olha o tato olha o tato e o olho do esgoto na boca de lobo e na rua a promessa de um tombo da atleta é na palestina a poeta a mina a preta a parruda a mãe o murro a mira miçanga a manga a zanga a amiga mirrada e a rua coitada ela chora sobre o solado enrolado e grita tu viu o vídeo varou as imagens mostram o momento exato da queda do raio no galho e o fogo o rogo o gozo o gajo queima queima queima queima e enverga todos os galhos uma angústia assola os desavisados atrás dos prédios pulsa o mundo a mina e o murro é guerra em todos os lados e aterra o saco de terra e o torto arado é quem berra é o baixo o bixo a bunda e o galho é o grume e a grua é de frente pro mar é o suco e a surra é o rato no mato escorado no fato é barata barata barata nessa marquise doutor sou um morador de rua e que grita: que horror! que horror! que arredio o navio e os fatos as fotos os patos e posso os encapuzados as facas e os socos e os pontapés os manés e os torsos em torno por todos os lados acorrem cuidado que já mataram quatro que horror! grita um morador é de rua é a lua dormindo sozinha na grua e no chão o pão o patrão o tesão o salário o senão o saguão do sumo do urro e as caravelas portuguesas o porto e as tesas das ventas das velas apura que caem os cílios postiços os inços do mato e o salto o salão grita não o sambão é patrão o saltão sapatão você fez a lição você faz terapia? ninguém acredita que foi processado as crianças mortas por todos os lados e jogam e jazem e choram e nadam nos ombros vermelhos escombros e ogros na parede não na parede não a parede de um hospital e que tal a enfermeira ela é paranormal é parteira já ficou pra tia todo mundo passa fome de ressaca ninguém come e o sol se some com o musgo e o mijo e o vinho e a vulva e o visgo e a vida dos prédios das pontes das pedras das trufas as paredes nelas as mirradas mijadas a lama da última enchente já foi removida com rodo entre os ombros da gente a louça ficou por lavar invente o que procurar o crente mente e nada é da gente nada é garantido garanto é produzido na china ela é china ela é china ela é a chinoca gostosa atrevida da vida e é divertido não é colorido é demente essa vida já vai acabar a guarida vai dar e dançam até cansar na fé do meu mar de amansar a maré almoçar compra um que que é compra para me ajudar a inteirar a passagem miragem para o paraíso é o riso e já vi produzi um pisco um cisco um prumo presse precipício um prazo olha só o artifício um maço um vídeo um vinho um vício ardi sem saber caí dele sem querer vi a última farmácia aberta na certa havia muita couve e ouve couve e manjericão cocaína não cocaína não assim não assim não assim ninguém passou a mão passeou de mãos dadas com o leão foi na contramão com o cão o poeta a retreta e a meca e a treta e o sol do poente poejo e carqueja ele medra ela beija ela mente ela mente ela tá em depressão e por isso não quer o padrão o litrão o latão e a gente atraente que aguente é fumaça nas fuças nas bocas as broncas as musas as brocas as fusas e mastigam o fumo até pelas orelhas promessas e telhas telhados do centro o prédio e o prumo do humo por dentro um hospício e a fúria da fuga desse furacão e o fogo o fungo o incenso o ministro do ignispício essa não e o vento vento vento vento e a duna um momento é a depressão afim não tem tornado quadrado o toldo o arado e a trova e a trena e a prova uma pena a sereia no soco do suco do urro que urra e morre e mirra e morde e mira a guerra por todos os lados a arte o artista o quadrado corre mas de boca cheia a garganta inflada da fada a sereia de pedras de nada e ninguém quis saber do corpo do calendário o salário do corvo um otário esse moço e a musa ainda de aniversário o pilsen não não compensa você faz terapia? que pílula você daria para um acionista da indústria armamentícia? cabelos crespos óculos escuros escreva a mão devagar não não escreva nada me paga um furo de faca em casa em cada pingo de chuva chove chove sem parar e se chove chove chove chove e o papel molhou moça me ajudou ela ainda me paga apagou bloqueou moça ajuda aqui quem dá aos pobres grada a deus a deus a deus a deusa deu deu deu a dona que ela deu deu deu lhe dê em dobro em dobro em dobra é a meta em dobro que se desdobra é a obra em dobro e dobra a reta não compensa pensa dona em dublin e não com meta meta a meta na reta e dobra redobra desdobra a obra em dobro no ombro o ogro é quem diz que viu ela dobra a cobra da rede de ré de sobra moça mais um chope?

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quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

O pilsen não compensa § 2


o meu nome é paulo,

eu moro na rua moro aqui ao lado eu não sou daqui mas aqui é meu lugar já morri já caí e fiquei cinco na cadeia eu não sou ladrão tive redução já vou explicar foi por causa da leitura eu moro na rua mas lido é com história é a lua é a lua é a boa memória eu fui solto e na hora eu já vim pra cá vim pra ver o mar vim pra ver o cruz e sousa eu vim trabalhar numa construção uma obra um prédio um bloco padrão por aqui uma cobra uma obra uma obra eu sou amador sou o professor domador o doutor sou animador eu amo esse lugar nunca fui pro mar hoje eu sou griô sou akpalô sou doutor das ruas e todos me chamam de professor eu não sou doutor todo mundo me chama de professor sou akpalô e não tem caô sou griô sou griô sou griô das ruas amo as minhas duas um guri moderno o griô decerto o guri da grua, dou aula na rua nos bares quer ver? quem que pode me dizer o nome dessa rua? e é por quê? quem pode responder o nome dessa praça? muito bem muito bem é a praça XV e a aula é de graça mas aquela que dá nome ao seu túnel é quem? quem é ela? quem é ela? muito bem! era antonieta a primeira preta deputada do brasil e quem era o puto o bruto o dito ditador o branco estúrdio astuto o doutor o dono do brasil que deu nome pra cidade? por favor por favor não me levem a mal que eu não faço arte eu prefiro o sal o nome dessa ilha do deserto do desterro é aterro é aterro é aterro e mais é mais é mais bonito antes tarde que mais tarde foi um circo aflito o aterro um engano em setenta e cinco era ilha do deserto essa terra é da magia olha que legal e não tem igual já vão ver que santa era um ermo e mal é o mal é o mal mais a mais o sal mas o ogro de agora já não compensa e de santa não tem santa não tem santa klaus a magia quem não dança esse carnaval aqui fica lotado para os blocos afro não tem nada não quem não dança segura o pé da criança ela anda mal coliforme fecal a tal embruxada coitada não é nada não é nada e não tem igual é até banal bactéria fungo artéria coral não me leve a mal você sabe a fossa a farsa a fuça a farda e no fundo da praça e qual o episódio agora me refiro? aquele e aquela da escola por que tá fechada? era antonieta e a sede era aqui do museu da arte, sabe? não sabe? da arte moderna era aqui, jura? era sim, não tem? não tem? tem não. quem não vê não vem, vem que não vê não tem, tem tem, não tem? museu de arte moderna, não sabia? não sabia? nunca abriu, ó a brisa: era um ditador um pintor e morava aqui sim por favor por favor qual é o nome dessa rua muito bem rua victor meirelles alguém pode me dizer alguém sabe responder ao doutor das ruas o que foi que ele pintou o que foi que ele pintou? a primeira missa no brasil, moça! muito bem, muito bem, o professor das ruas agradece e quem era aquela era a bela era bela era a bela morta um retrato dos mais famosos uma obra um corpo sem vida era a arte a época a parte é a lida e vejam a morta aquela era ela era ela era ela é aquela porta foi ele quem pintou aqui ele morou as cinzas do poeta estão ali mas o corpo transportou foi no rio que ele morreu e quem foi que agradeceu foi aqui que ele nasceu o cruz o cruz o cruz e sousa é só o nome do palácio o laço da cidade ele não teve ele nasceu e cresceu ele pintou a primeira missa no brasil e fudeu tá fechado desde abril desde abril tão numa obra podem ver esse tapume cuidado com o estrume agora pela obra é um casarão a cobra bem bonito ali dentro eu não entro a cadeia sim a cadeia não aqui era sim a casa de correção era câmara e cadeia! dizem que o imperador o dito doutor ledor subiu essas escadas para ver um vereador o dom pedro II quando veio visitar falou mal desse lugar por causa dos gritos dos gritos dos pretos dos presos aflitos na cadeia é o museu de florianópolis tem que vir de dia venham que dá sorte sete giros ao redor venham ver a figueira centenária venha aqui que de dia há muito não abria venham visitar esse é um bom lugar pra se aprender história aqui antes era o mar ali era o lugar o pilar do miramar quem que sabe quem que sabe mirar mar? alguém pode me dizer alguém sabe responder por que é que fecharam esse bar? miramar miramar miramar todo mundo tem saudade do seu lugar todo mundo vai amar miramar miramar miramar todo mundo tomou parte floriano fez a arte de matar e de matar e de matar é de matar a estátua tá mijada podrida cagada pintada suada arrombada fodida calada cuspida por quê? era um ditador foi um traidor quem quer conhecer a história? a aula é de graça não tem graça moça aqui era um rio era o rio um rio de moças um rio um rio os escravizados traziam as fezes e ficavam marcados adoentados as ostras todas tão depuradas recatadas e do lar não é nada do lugar quer cagar quer mijar quem quer conhecer o mar quem quer conhecer a história? vai quem quer vai quem quer vai quem quer uma praia aqui era a praia uma praia uma praia sim sou griô era um belo banheiro um banheiro doutor vejam bem que belo e inteiro é bem tombado cercado cuidado e olha pro lado que tem cinzeiro a estátua cagada e o banheiro inteiro eles conservaram eles que cuidaram bem do banheiro da figueira da praça da igreja e do grito da grua a sereia é a chuva chovendo choveranda e os ratos na praça já viram? é ratão e comigo não é comigo não é comigo não que ele é vigiado eu sou o doutor das ruas cuidado quem pode me dizer quem é que vai saber o que tinha no mira, no miramar, meu amor? um teatro sim muito bem doutor! eu li muito na prisão eu estava em cana essa arte urbana a cultura ganha a cultura negra ela é mais bacana ela é bela ela é bela aquela era antonieta eu li tudo em cana foi o cruz e sousa e a onça quem me chamou lá no meu barraco ele entrou no barraco no barraco no barraco eu sobrevivi foi que eu comecei a ler eu pude aprender eu estive em cana eu li ouvi me vi me virei estudei concentrei aprovei obtive redução redução de pena uma vaga não uma vaga não uma vaga não mas que pena que não tem mais livros sobre antonieta muito bem quem que tem um cigarro pra mim? uma cana tou afim me siga por favor enfim ali era o fim dessa zona urbana e era aqui o cemitério e ali era o necrotério e os urros os murros a dita ditadura era aqui a surra a dura apura que tem gente que soube que ouviu o mistério até hoje as bruxas as bruxas e os berros os urros os murros nelas das almas penadas coitadas sofridas da cadeia um troco um trocado eu amo o passado eu li no barraco mas nunca aprovei estudei estudei e nunca aprovei sou doutor nas tretas eu sou amador sou doutor em letras eu sou o griô o griô da grua o que sei eu saí da prisão temos aula sim temos permissão para ler o que dizem foi então o rio da bulha eram lavadeiras armadeiras poetas atletas corretas elas fazem fila fazem feira uma festa as bruxas a lua é a lua é a lua uma reunião era aqui era ali toda ilha era a prisão era a casa de patrão desterro não é de correção visse não visse aqui é o patrão sei não sei não não sei não alguém pode me dizer alguém sabe responder como era o nome dele? francolino na pintura está escrito o apito com o destino dessa ilha dessa ilha dessa ilha embruxada coitada explorada ele dizia que na casa da memória tem o nome dele é franklin cascais e tem mais ele dizia olha o mar olha a bruxa olha o mar olha a bruxa olha olha era aqui era fora daqui era o pelourinho vai e vem não demora vem os home vem os home vem os home e agora é aqui era aqui era o horizonte hoje é plenarinho onde era o pelourinho? não sei se foi aqui ou foi por ali conta o causo por favor esse centro é um fedor muito belo aqui era o castelo fizeram a mansão alguém pode me dizer alguém sabe responder por que é que a rua é curva? era um rio era um rio era o rio da bulha um rio era assim um passeio um fim um jardim uma vaca era chácara aqui era a chácara do espanha fazenda pomar ela ganha ela ganha ela ganha mais dois reais se disser quais eram os tais de oficiais? sim era a guerra dos farrapos dos trapos dos sacos dos fracos dos tacos a guerra é grume seu griô negrume não faz guerra não não faz guerra não não faz guerra não não faz guerra nessa terra não tem guerra não tem guerra não só pastel de berbigão e porção de camarão e a praia e o patrão seu floriano ditador amizade professor amizade com os trapos os trocos os tacos os moucos os poucos da ilha fazem amizade é com a quadrilha e os farroupilhas nem são daqui e por isso a ilha não é ilha não é ilha não é ilha não é ilha santa catarina nem desterro é o preço que se paga numa brahma numa brava numa mole numa barra é um porre essa terra teve guerra teve guerra teve guerra sim era a confusão amanhã vai ser maior e queimaram o busão e bateram e mataram e disseram não era a rua da graça era um nome sem praça era um corvo um zorro uma garça da grua ela é curva assim há um rio enfim soterrado cuidado cuidado surucucu e curtume cagado e fedia pra todo lado tem caninana tem cobra e aranha a cobra preta a cobra é boa qual é a treta é quem come as outras a peçonhenta a aranha armadeira é armada me ganha favor me acompanhem vejam esse lago os escravizados com as manchas na pele traziam as fezes as fezes dos ricos e jogavam vertiam lavavam no rio só moravam de um lado o griô moderno já está cansado a senhora sabe por que essa escola se chama assim? eu não erro sim era antonieta muito bem de barros de boi o que foi o que foi eu já vou embora era o boi de mamão era boi uma ova era o cacumbi catumbi tem zumbi é maracatu o cacumbi era tudo aqui hoje abandonada hoje assassinada hoje sim é o fim era alada a musa engraçada é o mesmo número o túnel a asa e aposto moço que não sabe pronto que não sabe tonto que não sabe não sabe a primeira preta do brasil isso mesmo muito bem foi antonieta e o rio era aqui nesse paredão mija não mija não mija não onde estão os ricos ficavam pra cá para lá os pobres os prédios esnobes são o paredão é moderno é eterno esse quarteirão era então aqui o futuro de toda a nação proteção quem é que aguenta era nos 50 e tenta quem aguenta tou cansado o passado desenhou os jardins foi burle marx já pensou enfim um pra mim um pra mim um pra mim foi de hassis o mosaico o desenho o traço esses arcos da praça xv a figueira os jardins do palácio de burle marx são os braços da figueira os tais de abraços não são de karl marx engraçado os mosaicos de hassis são inteiros na praça que arteiros o banheiro virou tudo canteiro os de burle marx nem existem mais destruídos e traídos os de burle marx hoje todos destroçados destronados destratados destruídos os maridos tão cansados e os tais de iguais já vais já vais tou cansada a asa a promessa já passa e que massa sim largados enfim hoje bem largados às traças aos ratos um momento era um estacionamento nos jardins sim o desenho enfim motorista modernista o artista destruído traído um demônio esse seu prefeito é o jeito é o jeito já vamos tá empobrecido o pobre fedido o marido foi o hassis o hassis quem desenhou sou griô aprecio sou professor é a grua o povo da rua me diz professor pra inteirar uma passagem oh por favor ser doutor o meu sonho é ser doutor não comporta aposto que não sabem escrevia versos que não vem já passou por ali já vou por aqui eu vou no banheiro no século passado a primeira deputada do brasil era a preta doutora era antonieta era professora como assim podem ver a escola uma esmola uma esmola é abandonada e não custa nada está atrasada o prédio dela é a obra a dobra a curva da grua a praça a dobra da sua um rio debaixo do prédio o remédio é a fé a prisão é a procissão do senhor dos passos eu gosto eu posso o passado um abraço o senhor dos passos é famoso é gostoso e derrete na boca a mijada a calçada uma obra danada a gente não aguenta mais tanto gás tanto gás tanto gás pimenta e as ameaças de quem nos sustenta a gentrificação o patrão o meu nome é paulo sou sem profissão eu aguento eu vago eu gosto é de ler e de trago mas que estrago mas só pude aprender na prisão não tem não não tem tenho curso recurso nem teto nem uso só li na prisão sou outro negrão há um rio debaixo do seu sapato todo cagado mijado podrido fedido entupido de tipos os mais variados suado meu sal de cristal arrozal de soja embornal boipeba boipega boipeba boi e soja boi e soja boi e soja boi de mamão curupira boi sucupira e coral de verdade e da falsa a balsa não tinha era boi que boiava a boiada levava de lá para cá foi em 32 que botaram ponte eduardo dias pintou a ponte sem luz só tração de boi de boipeba e pega nas pedras aqui o passeio é com regras um rio poluído assim sujo assim sim assim sim tó-ió-ió tou afim uma cana um cigarro e levavam as cargas uma caninana e jogavam no rio da bulha olha só aqui é mais frio mas eu gosto cobertos de manchas na pele os pretos traziam as fezes é o fim dessa zona urbana isso aqui fedia era merda eu lia e o miramar era aqui um chato o teatro uma triple tem tem não tem gin me espera moço o meu nome é paulo eu sou professor não tem pão piadina não eu sou professor não tem pão patrão uma diva ali, mais que musa uma diva uma deusa uma dura ali por favor eu sou professor um trocado um troco um salgado um pão um patrão um bailão um dragão então não tem pão um momento um abraço moça me dá um abraço moça que bom tem pão que bom tem pão com ovo uma piadina um atrolho lá embaixo eles mijam não posso nem ver tem tem tem pão que bom não tem pão minha sina é ser só um preto e um pobre eu queria ser professor sou griô sim senhor e tem mais lá vem temporal pro meu aluguel já me passa o sal já me paga o mel estou querendo inteirar um hot-dog um cigarro já passou o carro por aqui já passou já passou uma piadina choveu já passou mas não digo eles molham o piso e a piadina é pra mandar a gente embora chama gentrificação uma porcaria uma poesia choveu é é é mulher é é é pois é mulher é é é é é é e hoje é mulher é antonieta era aqui o nome dela ela era preta e aqui a escola dela eu queria dar aulas também pra ela era ela era ela a musa a diva uma inspiração glorificação um orgulho para todas as mulheres

 

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