acidentes ofídicos
ainda que eu não curta muito os ratos devo admitir que
são excelentes animais de estimação olha esse ratinho branco o cara passa a mão
vive na mansão um rato como esse vive quatro anos se você brincar com ele ele
brinca com você olha a tutora vai ver passando a mão é a dona é a dona é a dona
do patrão é mentira da barata ela não tem isso não um rato um tato um gato
cinzento na boca do tornado o vilão patrão mijão o feijão virado e tutu e
salgado mexe com ele não mexe com ele não mexe com ele não que eles são tarados
eles vão passando com a pimenta nos óio e o spray é só o pó dessa construção é
o sódio do ódio do ó do tó-ió-ió do borogodó aqui dentro não tem flautista meu
senhor hamelin fica onde procura pra mim procura a tortura no rim no google
procura atura dedura a dura procura procura por mim a zona aqui não tem gato
gato é gato e se esguela é remela é balela é sequela é lapela é no jalapão é no
meio do japão é prisão é o lapão o coelho de estimação é o jazz patuás atrás do
pavão é o talismã uma rã o amanhã e põe não põe põe não põe põe o ovo no sutiã
era ela era ela era ela não o flautista é hamelin o prefeito não o prefeito de
pilsen falou assim vamos trabalhar pela situação vamos melhorar essa produção a
água era podre a cerveja é ruim se a água é podre a cerveja é ruim se a água é
podre a cerveja é ruim a água é suja com coliforme conforme coliforme com fome
os ratos nos comem os ratos os ratos os ratos somem os ratos podem ser bichos
de estimação não tem não não tem não não tem não tem rato do mato chama
camundongo ele é bonitinho é um mantra é um ogro é banana frita é um
pastelzinho é um leite ninho não não não ele é berbigão essa não essa não essa
não ele tem mil ratos e ratas na coleção eu vi não vi vi o rabo do lagarto um
gato pardo correndo na praça eu vi o lagartão passando na areia da praia e na
feira eu vi só o rabo parece uma cobra uma obra uma grua a magrura que sobra eu
vi o sabão a espuma escura na água a lagoa é da conceição e comiam gambás
barrabás e matavam gambás pra comer pode crer a escola lá é a união era tarde
era tarde era tarde era não era um samba bom do bom do bombom do bom bocado e
não arde aqui não tá queimada é a fada é a fossa é piada é spray é piaba
piabinha piabão e tem um chocolate chamado tartuguita quem mora na roça sabe
uma caninana no telhado come os ratos como é bom ter uma caninana no telhado e
não ver rato nem morcego olha a caninana comendo esse ratão olha não olha não
esse ratinho branco é de estimação então eu conto eu confio eu compartilho eu
não compartilho ainda que eu não curta muito os gatos também comem ratos
kokoschka kokochka kokoschka essa tosse só piora essa paz me molha mais hora
menos hora você melhora olha esse tigre pintado por kokoschka kokoschka
kokoschka olha o tigre e as costas estopora um bicho tem sangue no dente
aguente não é o poema do rilke com o tigre atrás das grades cansado a arte é o
tigre indomado o poema um poema um poema à parte mas dói o tigre parado coitado
é o tigre do rilke do rio da bulha coitado pisado piscando parado e não caça
não sai e não planta é o rato é o rato é o rato pintado a mão não sou não não
sou não não sou dona de ratos sou tigre não paro no prato olho pardo e na praça
o indivíduo de vidro a tela protege ela protege ela protege ela mas estou como
ele parado deitado sentado de pé no poema o tigre é balé que não quer se mover
sem olhos de ver é ó tó-ió-ió do chulé do mané e do bem me quer mal me quer
sobre a presa é outro é outro é ouro é o tigre autoral maioral vendaval
temporal que caça caça caça a caça kokoschka kokoschka kokoschka qual é qual é
qual é um bicho caçado sangrado mordido ardido danado debaixo das patas ainda
que eu não curta muito eu gosto é desse tigrinho bonito o filho do tigre
gatinho macio aprecio o tigre na tela coitado domado chapado drogado sangrado o
tigre para os turistas no cio todo brio o fuzil o fácil final de tarde final
feliz faz i-i-i-ó é roleta russa é zurra é surra é zurraria pra ver o tigre
raiz é caro é um soco socorro isso é mesmo um urro um murro um zurro já vi
i-i-i só em lajeado ou num cerro ou num charco e no cativeiro forçado e no
livre escolhido o fodido contido e vai vendo bravio eu gosto o navio do tigre
bebê bem lindinho lindeiro arteiro maneiro faceiro fugido do jugo o jardim
inteiro do mundo o cruzeiro eu gosto da grade da greve está tarde e do fim do
afim do fim do mundo no lusco-fusco e no fundo do santo de bichos banidos
fazidos maridos colhidos agidos culpados mijados danados ardidos do adestrador
de diabos e do salvador dos soldados alados e do apanhador eu não gosto é do
atirador moralista fascista eu não transo com ele não ele não ele não ele não
eu não gosto do gosto do agrimensor do cultor e da corte e do defensor e do
acusador corretor e do clareador e do bafo do trago e do tigre doutor dourador
do orador domador eu não gosto do gosto desse traidor do sangue e da sola e do
devorador e do cheiro e do beijo e da bateria do meu sugador eu não gosto do pó
debaixo da lata e da pata do tigre da mata da grua da agrura eu gosto é da lua
da mata da lida da vaca e da vaca vai vendo a magrura a pintura a fartura eu
fujo da sua ironia e da via dessa falsidade que alarde que alarde e da surra a
saudade dessa liberdade e da farsa a fofoca eu gosto é da orca jubarte e da
lontra e da ostra viva e na simpatia a cotia a cobra a sangria do samba e da
obra e da poesia do bamba eu curto kokoschka sim sua cuca e a onça da rua eu
gosto do leite de coco e do óleo de coco e da água de coco a batida de coco e a
bala é de coco queimado e não de aramado é a dalva a dalva a dalva a bala dalva
de coco queimado conhece e a tortuguita é de graça uma garça uma choca um oco
um choco um late e um ogro de coco a bala baiana é um doce ralado adoçado e do
assado é churrasco é a expressão o grito a garganta desse furacão é kokoschka
minhoca é a cobra menor do mundo é a urutu e a orca não não não é cruzeiro não
não não é cruzado é coluna do meio a inflação é um rato sarado suado sovado eu
vibro na busca da burra e do barro da crosta a birosca da birra da zurra e da
xuxa e da chuca a tosse kokoschka kokochka que cosca que coça a mosquita é quem
canta e quando essa luz se levanta faz dia faz fundo faz furo faz a volta e faz
voo e há voz de choro de canto de novo a soprano no sopro da ave que voa e
acorda o bamba na corda do corpo do samba bota um samba bota um samba bota um
samba bom pra sovar na pata do tigre gatinho ele bem calminho amassa o pão ele
amassa o pão ele amassa o pão faz carinho eu gosto mais da cadeira da cama da
concha na onda faceira e na margem é tarde e coluna da parte tem zebra tem
porco tem arte tem dente de tigre e tem dente de leão amigão do ursão do patrão
ele agacha e arde e brama agarra a barra da saia e do sumiê nem se fala e na
garra garrida ardida do tataravô do avô do avô do avô alemão não vou não não
vou não não vou não não não tem brisa é patrão não é bamba não e não samba não
e não bimba não e não bole rebole que pinga e que passa e não transa e não
trança e não pinta e não ama eu não conheci um burro balseiro arteiro um
atirador maconheiro esse marinheiro maneiro pedreiro só mesmo um guerreiro
ferreiro e tem sim um livreiro tem sim um arteiro tem sim professor vereador
deputado doutor fazendeiro era marceneiro era mercenário era tonto ativo
atirava no ponto era atirador era otário e não tinha salário era puta era a
grua era a gosma era a luta era bomba e ladrão era canja e busão e no bairro
quem gosta quem culpa e atura toda tara toda a zurra que atira aqui não não não
não não o barão desassinalado assalariado cansado tão pouco afamado e tão
famigerado é calado e merece o merecedor o morcego o aterro um atirador e num
cerro o emprego o empreendedor era quase rouco era pouco era osso era pé no
caroço eu não conheci meu avô no passado foi dissimulado e aqui do meu lado ele
mora o griô mas canta mais canta mais canta mais da cabrocha vai e de frida
kahlo sem calo coitado mas canta mais da cacunda vai e da bunda vai e do
cacumbi era aqui era aqui é de kali e de mali é da musa é do bairro é do haiti
canta aqui canta aqui e não gosta do calo mas canta mais e faz mais de mali a
mosquita a beleza leveza estandarte da parte que avança e sua e sorve e dança e
lança eu engulo o leite leitor derramado e da mãe sou solado calado eu gosto da
manha e do mostro e monto mais em kokoschka eu me cuido e me uivo e me posso o
meu soco na soga eu não tenho ogro eu não tenho sobra tesouro seguro eu aturo o
dobro da meta eu meto o mantra hey mata kali hey mata durgue hey mata kali hey
ma hey ma hey ma mata durgue hey mata kali mata mata mata kali hey mata mata
mata mata a má sorte me dê santo forte eu tenho suor de sobra na língua e de
sobra sou obra sou ogra na grua da rua sim sim sim sim sim sim sim tenho um
muro pra mim eu apuro o meu sim eu apuro o passo eu gosto é do gosto do funcho
e do passo do traço e do cheiro do macho me dá um cigarro um carinho um abraço
um abrigo um barzinho que eu faço um traço fundo um trunfo um ninho bom do
bombom do bem bolado e kokoschka kokoschka é de rocha eu domo a naja a
nigricollins domo a naja domo a dominus tecum benedicta tu madre tu gratia
plena é de graça a naja o nojo o bojo do rio de esgoto onde apareceu uma garça
a garça agrada mais que o doutor professor orador por que não sou robô sou robô
sou robô das redes e tenho uma naja de estimação uma taxa uma tarja uma coleção
e da grua eu gosto é da rua e do tigre e da tigra da nigra da veia eu não quero
vê-lo falar besteira e beijar o chão a parede não tá parado detrás de uma grade
sangrado num zoo qualquer quem que quer é de graça a rapidez não se cobra nada
e mais o ódio não tem o medo o medo o medo o medo de ser se não é mulher é
mulher é mulher é melhor é um thor e não é mulher pra qualquer um é o atum o
rumo do rum o riso do rilke não é pra quem quer é mulher é mulher é mulher é o
tigre bonzinho carinho eu não gosto do gosto do vinho eu quero é o samba o
impulso das patas poder das latas da deusa da dança e da asa da canja a criança
e a valsa que dá pra voar apesar de estarmos todos vendo grades todos sendo
artes e tardes e tardes e noites de ócio negócio aposto no alarde do sócio e
sendo marte essa coisa que arde que alarde que kahlo na grua agora a coisa já
urra vendi rapidez rapidez cupidez uma anja uma canja uma urna uma furna o
freguês é robô é robô é robô de briga que tem saída você vai vender a naja
amiga e quanto quer pagar e quanto quer pagar e quanto quer pagar por esse
parto de achar que você é melhor do que os outros? o corvo tem aquela cabecinha
mas é muito inteligente ele é uma gracinha muito mais inteligente do que os
outros animais a naja cuspideira cospe longe e acerta seu olho ela te mata te
mata te mata hey mata kali hey mata durgue hey mata kali hey mata durgue não
mexe com meu corpo não mexe com meu corvo não mexe com a minha nigrocollins que
ela morde ela morde ela morde e a morte é cara o carro é caro é o barro e o cão
o cavalo e o burro e o bode e o boi que carrega as cargas e carrega as compras
carrega o celular quando não havia lar nem ponte monte seu biquíni é bizarro o
boi morre você morre e é claro que todo mundo compra o ingresso para ver um
tigre domado coitado um gato calado um felino sulino um pouco de timidez junto
com a rapidez tomo com limão é bem caro é bem caro é bem caro e é otário quem
paga pra ver o que vai acontecer ele olha no galho das grades e fica assim
manso mas não é remanso ressaca esse ranço assim passa a mão mas não é ladrão é
assim é mentira é uma droga uma cobra uma obra no tigre de atum e de cisne ele
não é burro como todo mundo que corre no feed e faz um furdunço e fuça e fede e
todo mundo dança e todo mundo lança e todo mundo morde a isca e morde a tarde e
a moça é de marte é kali é cura e nada e nada ela atura ela quer ela voa ela
urra ela doma o passo o compasso e o mantra da mãe de dentro da água ela nada
veloz mas agora o biólogo explica que a mira certeira da naja cuspideira dentro
do vídeo se aplica a esses animais fatais e feras banais são de cativeiro que
esses animais em extinção são bem tratados pelo seu patrão que os seus tutores
é que são senhores são autores narradores e salvam esses animais da extinção e
do abandono e quem quer um dono padrão? não tem dono tem sono o tutor protetor
um espaço sem dor onde se reproduzem induzem o parto e parir um espaço seguro
eu aturo eles podem viver crescer agradar aos turistas artistas famosos gozosos
maldosos foder e os pobres assalariados viventes amados espaços onde eles
namoram e são bem tratados e pode crer pode ser nos espaços onde possam crescer
e se multiplicar prosperar e narrar eles vão brilhar sem se amordaçar e dizem
que é comum até imaginar que os animais não estão sendo bem criados em
cativeiro mas estão lá inteiros e raros os de extinção sem patrão sem mansão
mansidão os bichos feras feridos maridos e não são de esgrima de estimação em
reprodução na fração de fora do zoo e da zurra e do voo do povo do bio o
ambiente desse cativeiro o que quer melhor é um palheiro inteiro precisam é do
galinheiro o viveiro maneiro arteiro poceiro o imóvel inteiro com vista pro mar
pro altar a gozar todo o gozo de amar e aposto que não são tristes atrizes
artistes o tigre do texto do rilke que só veem grades gradis grades grades eu
também escrevi um poema sobre grades moço bota na minha conta um poema ruim no
mundo o gin está no livro o rumor da casa está afim eu ia atrás com a minha
espada toda ensanguentada a retirar esse texto no fim apagar para mim esse
poema é ruim caim clarín eu queria matar esse poema eu queria durga eu queria
apenas deserto eu queria certo sei lá jay ma uma murga por perto eu queria gin
com ginga que esse poema se torna o tornado de perto esperto dentro o silêncio
nessa tempestade uma espécie de mar de saudade alarde e sangue debaixo das
unhas a canja uma fera absurda obtusa e intrusa que arde uma dona durga e a
fera uma tarde uma anja na esquina uma mina de ouro do douro de vinho do porto
do cais nascedouro e do louro o que não soubesse o que estava fazendo um teste
me ajude apenas três reais que eu me junte na janta mas não posso não posso não
posso não posso eu estou em extinção já vendi o coração coleção de dramas de
estimação rapidez das aranhas nas teias não tem e de ais e de rapidez tem um
pouco mais e que tais não trabalho hoje eu vendo compaixão e textão e poemas
ruins em redes sociais de vez em quando alguém curte e comenta alguém compra
alguém tenta mesmo um poema ruim hoje eu tou afim vendo assim hoje eu vejo as
cobras cometas a sucuri boipeba surucucu e cuspo na entrega eu vendo dobras de
sobras de olhos e bolhas e sopas de tatu de tutu brucutu vai vendo vai vendo é
micrurus eu vendo insultos e surtos e muitos imaturos já vi nus eu gosto é de
tropeçar nos tutus de recomeçar com tropeiro lindeiro o meu tigre inteiro
todinho lindo e arteiro eu vendo os micrurus micróbios bios cabeçalhos cruzes
que otários a boca louca pouca roupa é a cabeçorra uma anja uma loba e arroba e
se vende sopa é assim tomou gin com gelo e ficou afim quem não provou que me
prove o contrário ela é boa é broa é barroca birrenta e arroba ele me tomou me
roubou me arrasou e no porto ou em salvador um pombo cagou na cabeça da peça
barroca e do barro e da bruma da musa louca de birra no aniversário também
ficou disse hoje eu vou hoje eu vou hoje eu vou hoje eu vendo o corpo hoje eu
vendo amor e me moldo e me molho e malho e faço um monumento ao momento a
barroca oca sai de quem sou eu sei que sou o caso do tigre doutor do rilke
amador detrás das grades do agrimensor eu sou tigre senhor e não sei nadar nas
fezes orar as messes montar meu muso meu pulo é apuro de lebres desvio o vento
da curva do rio para a durga do fim do mundo e depois da burca da busca da
agrura da grua e da paz pura paz do concílio da água e do céu não é tigre papel
é pantera é pantera é pantera é sintoma de saúde é uma guerra na terra é um tal
de sim-não e não-sim um tá afim senão me traz umas fritas por favor e me traz a
rolha desse vinho a bulha e a bolha a unha e um grude um gume um gosto bom é
sintoma é sintoma é sintoma de saúde um de lado e um de lume um de cima coitado
olha o sangue derramado debaixo da unha ela berra ela é dela detrás da grade
panela olha ela olha a boca dela espumando a cobra olha ali a obra o veneno do
sangue do olho é o dobro do sangue de sapo no molho da cobra é o rato ela comeu
e deu no que deu uma caninana no teto na montanha no teto preto e quem deu que
deu quem eu se rendeu renasceu e deu no que deu que deu que deu que em deus deu
que deus deu que deus deu e que apareceu é a santa a janta a anta a quanta o
mantra a música um minuto que deu que eu que eu que eu que eu é outro e não sou
pouco eu eu eu é o outro é o sangue no olho é saúde de novo meu povo
‣ Esse poema possui trechos apropriados de vozes de vídeos de react vistos na Internet e referências ao poema A Pantera, de Rilke.
‣ Em pdf.