sábado, 31 de maio de 2014



porque a partir dos parquets se vai longe. cada sulco, areia. porque poeira é fenda. segredo gosta de cinza, restos de comida, e patas de baratas, caixas há séculos fechadas e manuscritos que também não cabem, tão cabais os momentos de não se encontrar com ser vivente. e é por isso que a partir dos parquets se percorrem parques nunca imaginados. porque debaixo dos sapatos vive um mapa complicado de aspirações a outros mundos. porque quem imprime a poeira do tempo é deus. e ele está sempre distraído atrás dos passos tropicados, das prostitutas, de quem se possa proteger só com palavras. elas caem, um dia. porque os parquets não moram fora. para varandas, há cimentos, táboas, pisos frios e frisos onde molha a chuva.