sexta-feira, 23 de maio de 2014

desaprendi a estar sentada como a gente aprende a comer doces sob o vento sul. porque a cintura às vezes não cabe, desencaixa debaixo de ombros. e porque as janelas tremem sob a pressão das árvores que se tomam, diabólicas, de movimentos interjeições e coberturas. esse enquadramento simples, caixilho com vidraça, aconchego de avelãs, caldas e muito quentes esses chocolates. tudo porque o tempo vira. e debaixo de telhas a vida é mais pequena. tudo porque, de repente, a brisa desencaixa, e há ombros, pernas, braços, abraços, pequenos movimentos de pés e de sobrancelhas. o dia dança, desde de manhã, sem sobrosso.