quinta-feira, 16 de abril de 2015

com esta fome que morde a orelha do carcereiro


































verônica viu
na vulva do ouvido
o veneno e saiu de si.

não sei se viu, ouviu
ou repetiu o que se deve repetir
quando não se vê     porque há
                                sangue no olho

- e verônica ainda a sanguessuga da família brasileira. 

a voraz herdeira
do pau a pique
do pau de arara
do pau brasil da puta que o pariu.

a vaca avoada
nem voo nem vociferação
disse não, não, e não.

inversos para verônica
na volúpia da estória
sem memória, os versos

na moral do verso oral
na voz do vão da porta que
sempre dá

para a horta do vizinho.

verônica, a velha ferida fria que se
come com salada nas horas namoradas
noticiário nacional.

verônica, você mordeu a velocidade do ouvir
o tubo vestibular
o nervo coclear?

van gogh, você

as veias abertas desse caldo que não cala
a cloaca da vertigem
vítima sem igual.