é meu não-corpo,
precipício provável
onde me ponho
à prova,
onde revisito
meu próprio corpo
em sua virtude de limiar
cada lugar é de si mesmo
e de quem se desabitua
do seu próprio ser próprio
cada lugar me atravessa
num tropeço do meu corpo todo
todo lugar é impróprio
só eu sou meu próprio corpo
só eu não caibo em mim
sou cada lugar onde não moro
sou uma coleção vazia
dos espaços que me fazem corpo
sou um corpo não um lugar,
sou um ser de tempos
em tempos.