quinta-feira, 23 de março de 2017




se  há salas escuras no meu corpo, recônditos nos quais se escondem vícios e verdades, salas fechadas, portas estanques onde o sangue é mais denso, se há veias poeirentas como a velha biblioteca, se há sussurros macios que a gente não ouve, e ali, nesse canto desencanto, se esconde a voz de algumas andorinhas, então é hora de retroceder um pouco. e chegar talvez ao tambor, talvez à terra. minha língua queria lamber uma voz, devagar, sugar cada pedaço de vento que surge do lado de dentro de outro corpo para abrir ao menos uma dessas grossas janelas.