de dentro da matéria escassa: braços, ossos deslocados. de dentro
da matéria escassa vai sair um som. tímpano, ouvido médio, tambor. não, uma
banda. vai sair a orquestra dos pequenos seres cinzas espalhados em cima da
tumba. lá dentro. quando quiseres sair, estará fechado, roncando. e o pôr do sol
aquecerá as crianças que brincam de roda, em cima do grande morro. onde seres
se reluzeiam. tu assistirás ao espetáculo em cabine especial. sim, o som
inédito. o branco em branco se confundindo. tu serás o único participante,
único pagante desse ingresso caro-caríssimo. e quando gramíneas começarem a
crescer ao redor, já não haverá figuras senão formigas. grama verde vai jorrar
em cima do teu corpo. e mais e mais cigarros serão queimados pelos transeuntes.
pelos acidentes, pelas lotações. nada disso será tua matéria, nada de homens
presentes. senta-te calmo, já vai começar.