Um cálice eterno −
eternas férias.
Voos de percevejo por debaixo dos
colchões.
Areia movediça em sons e fúrias
do sono
sob meus pés
que abrasam no peito
o vexame de ter dito améns.
Etéreo milho
estalando por entre os joelhos
que ainda com os pés me pisam
no sono-verdade dos tempos
em tempos se abrindo e fechando
a matéria de noturnas horas.
Pelas paredes
tudo me pesa
a matéria mole-dura de minutos
desgasta-se em sons
e fulminantes figuras de
baratas amarelas entre cartas
nadando no pó ora líquido dos
passados.
O sentido eu não invento −
espreguiço.
* nova versão para um poema do livro Desconjunto.