domingo, 3 de junho de 2018





No fumo esvoaçante das melodias
descanso das idas ao ônibus onde
esperam gatos mortos e as velhas
avós tricotadeiras.

Passo pelos campos de névoa e pesadelo
então um dos gatos, o menor, explode em unha
− não o convidei para a cantoria
quando o samba ardia sobre os telhados.

A pele se adensa de suores
ao lembrar do brinquedo de lã, a bola
que dele roubei
para fazer uma manta
− echarpe de bailarina
entre rodas.

e antes que ecoasse mais um
milímetro de som
aperto firme
o botão do controle remoto.