sábado, 31 de outubro de 2015






Vai-se um halo de vazio construindo

por entre todas as coisas:

ao redor dos entes em partida

somam-se desatinos palavras

cérebros de saída.


Forma-se ao redor da xícara de café

um respeitoso espaço de vazio

avisando que ela é coisa

na sua ressência repousando.


Movimento de mão na xícara

é bruma transitante


da coisa na coisa

no espaço do halo


O desenho bebe café

e transforma o vazio em cântaros

     de coisa petrificada

na condição etérea das palavras

     escapantes

de gente que larga a xícara

                              e se vai.






poema de Desconjunto, meu primeiro livro (IEL, 2002)