quarta-feira, 23 de setembro de 2015



esse musgo não é musgo, é mar. você não está vendo as crateras? são pontos brancos mas de fato  buracos negros. tudo some pelo tempo. ele come, come, come, como no poema do João Cabral com que não sonho. por acaso são proibidos sogni di fine estate, ou sonhos de primavera, ou sons de pássaros que inundassem a fotografia e aquilo ali vermelho virasse a carne do filho que não nasceu? tudo pode, bobinha, você é quem não permaneceu na linha clara e distinta das brisas que se acometem para os que sabem a diferença entre isso e aquilo. você mordeu os que dão declarações precisas. você mordeu os que lidam com cifras e com códigos geralmente endereçados aos que ao dinheiro. e por que põe esses aos aufs wows e outros sons assim? porque quando não se tem nada a dizer, é preciso ênfase. e essa fotografia não é mais que a pele de minutos, a membrana que envolve esse mistério todo de ter carne. é sim, é pedaço de nadinhas mas que existe. e pesa. e quebra peso. e merece ser fotografado porque não há nada além desses minutos. mas a foto é ruim. é sim, flor, é mesmo pura faca. tão ruim que me faz sonhar com mares e areias que dela se desenvolvem porque não há mais o que olhar quando o peso dos metais se bifurca em alumínios. digo sais de prata. digo sais, que poderiam ser mar. mas o mar é falso onde ele realmente existe. é sempre mais adiante mirar mar. por isso pedras são cordões umbilicais.