monge
amuado
molhado
de lodo
no vento no tráfico
no vento no tráfico
no
esgoto
monge
morto
vestido
de marrom
maroto
destemido de manhãs
absorto
onde
a sorte é solerte
e
onde a onça faz o frete
e
suga
sim,
nessa mesa torta
nessa
tumba poderosa
onde
o monge livra
os
livros do cinza
e
do sépia dessas trevas
onde
ele mora mundo
e
onde viaja e vaga
e
vislumbra o vício
de
recomeçar
e
por isso se o monge
destroçar
caroços
e
apontar oceanos pelos
baixos
e sonsos
pedaços
de corda
dessa
forca
é
porque a força que forja as armas
amarra
e solta
poema publicado na edição 20 do jornal Qorpus