De todas as tochas
esse fogo que aprisiona
e dentro dos teus olhos
se mantém musgo
fogo vesgo
que não quero olhar.
De todas as serpentes
uma que ri no teu sorriso
e ama
nem a calma nem o molho.
Sorriso frio
Sereno
sem lume
– seu pássaro
incandesce
e não voa senão quando
envolto em correntes, canta.
Dessa liberdade, uma
de percorrer latentes
e patenteadas latitudes
de jogar no rumo do sol
teu corpo, assim, o olho
nu – não cheio que te traga
mais poeira
nem fite um céu
que se guarda em sol
mas reluz no negativo
que é noite jaz na foto
como a palavra epitáfio.
Esse fogo
dorido que não queima
e quer e não
arde
não quero.
Quero o que se consume
na garganta aberta – o giro
de girassol.
Poema
publicado no jornal Ô Catarina nº 84.