Coloquei essa canção
pra tocar
quando você
não quis mais trepar
e deixou a página aberta
sobre a cabeceira.
Foi dormir no sofá
e eu era puro blues
com essa canção,
sem cobertor.
Você se levantou,
levou as suas malas,
eu carreguei
os livros para fora
da sua ex-casa.
Pus,
em plena ferida,
uma canção a tocar.
Debaixo das estantes
as baratas mortas,
tufos de pó de estrelas
que você deixou no mar.
Pus para tocar
essas feridas onde você
fez milagre, por vezes,
vezes sem conta
e here again
debaixo do travesseiro
você sabia ser rei — um rei nu —
não quis mais trepar
e deixou a página aberta
sobre a cabeceira.
Foi dormir no sofá
e eu era puro blues
com essa canção,
sem cobertor.
Você se levantou,
levou as suas malas,
eu carreguei
os livros para fora
da sua ex-casa.
Pus,
em plena ferida,
uma canção a tocar.
Debaixo das estantes
as baratas mortas,
tufos de pó de estrelas
que você deixou no mar.
Pus para tocar
essas feridas onde você
fez milagre, por vezes,
vezes sem conta
e here again
debaixo do travesseiro
você sabia ser rei — um rei nu —
a melodia escorria
agora
dos bueiros
onde você se enroscava
pelas madrugadas
com copos,
postes, livros, vírus
e prateleiras pesadas,
já sem canção.
Te chamei percepção,
sacudi a poeira
do pó de estrelas
que você deixou
nas sacadas
agora
dos bueiros
onde você se enroscava
pelas madrugadas
com copos,
postes, livros, vírus
e prateleiras pesadas,
já sem canção.
Te chamei percepção,
sacudi a poeira
do pó de estrelas
que você deixou
nas sacadas
e pus para tocar
a melodia do mar,
meu segredo.
As feridas fora da casa,
algum blues se enroscava
pelas minhas pernas,
assim,
no repeat,
ao sol da solidão.
a melodia do mar,
meu segredo.
As feridas fora da casa,
algum blues se enroscava
pelas minhas pernas,
assim,
no repeat,
ao sol da solidão.